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EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM CIRURGIA BARIÁTRICA

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EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM CIRURGIA BARIÁTRICA

A obesidade é uma doença endócrino-metabólica crônica e heterogênea e suas causas multifatoriais podem estar relacionadas à hiperfagia e hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, fatores genéticos, metabólicos, socioculturais e psicossociais. A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade um dos problemas de saúde pública mais preocupantes, devido ao aumento de sua prevalência nas últimas décadas e as graves consequências que pode acarretar, sendo considerada o distúrbio nutricional mais importante em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A cirurgia bariátrica continua sendo o tratamento de maior sucesso para a obesidade mórbida. Vários departamentos devem estar envolvidos devido à presença de várias comorbidades e da complexidade do procedimento. Assim, a constituição de uma equipe multidisciplinar baseada em endocrinologia, cirurgia gastrointestinal, nutrição e psicologia é importante para o sucesso do procedimento. Embora a cirurgia tenha eficácia definitiva na redução do peso corporal e na melhora das comorbidades, os pacientes ainda podem enfrentar os riscos, incluindo desnutrição e outras complicações após a cirurgia.

Os obesos operados podem apresentar complicações físicas e psicológicas. O físico pode variar desde aqueles relacionados à cirurgia em si (vômitos, síndrome de dumping, hipoglicemia reativa, queda de cabelo, dentre outros) até problemas posteriores(desnutrição proteica e energética, anemia, hipovitaminose variada). O psicológico pode envolver o desencadeamento de transtornos de ajustamento, transtornos psiquiátricos graves e crônicos, transtornos alimentares, alcoolismo, comportamento impulsivo e depressão para minimizar essas dificuldades e maximizar resultados, é necessário que o paciente bariátrico mantenha, continuamente, em abordagem multidisciplinar com equipe especializada e bem treinada.

 

No pré-operatório, o atendimento do profissional tem basicamente dois focos principais. O primeiro inclui avaliação, diagnóstico e tratamento das doenças associadas, para reduzir o risco cirúrgico e possíveis complicações. A segunda diz respeito ao preparo e orientação do paciente quanto aos cuidados necessários no pré e pós-operatório, bem como para enfrentar as mudanças de hábitos e estilo de vida necessárias ao tratamento.

O aconselhamento nutricional pré-operatório contribui para uma maior taxa de sucesso pós operatório, e visa promover a perda de peso inicial, fortalecer a percepção do paciente de que a perda de peso é possível quando o balanço energético se torna negativo. A equipe da nutrição deverá identificar erros alimentares e distúrbios alimentares, relatar as mudanças que o paciente será submetido, iniciar ajustes no padrão de alimentação, promover expectativas reais de perda de peso, preparar o paciente para novos hábitos alimentares no pós-operatório e verificar o potencial do paciente para o sucesso da cirurgia. Esse acompanhamento é fundamental para reduzir os riscos associados ao tratamento cirúrgico e melhorar os resultados após a cirurgia.

No pós-operatório, recomenda-se que a abordagem multiprofissional seja sistemática e frequente no primeiro mês e evolua gradativamente, respeitando as demandas de cada paciente, por consultas mensais, trimestrais e semestrais nos primeiros dois anos. Após esse período, há necessidade de visitas anuais a todas as especialidades. O check-up anual é apontado como uma das formas mais eficientes para o paciente operado controlar o peso. Estudos recentes mostram que a perda de seguimento com as equipes de saúde, está relacionada ao reganho de peso.

A psicologia é uma das áreas responsáveis pelo acompanhamento dos pacientes indicados para cirurgia bariátrica, sendo responsável por sua avaliação e preparo desde o início do tratamento. A partir da avaliação psicológica é possível identificar e elaborar planos de contingência para o manejo de condições psiquiátricas e / ou emocionais que possam comprometer o tratamento cirúrgico e a reabilitação. O principal objetivo do preparo psicológico é mobilizar o paciente para ser ativo e corresponsável pelo sucesso de seu tratamento e desenvolver estratégias que ajudem a lidar com o tratamento e a realizar mudanças nos hábitos diários. 

Para determinar a prontidão de um candidato à cirurgia bariátrica, diferentes aspectos da vida do paciente são considerados pelos psicólogos. Dentre os fatores psicossociais que merecem atenção, os mais citados são: a compreensão do paciente sobre a cirurgia e as mudanças necessárias no estilo de vida; expectativas emrelação aosresultados; a capacidade de aderir àsrecomendações cirúrgicas; comportamento alimentar (histórico de peso, dieta, exercícios); comorbidades psiquiátricas (atuais e anteriores); motivos para realizar o procedimento cirúrgico;suporte social; uso de substâncias;statussocioeconômico;satisfação conjugal; funcionamento cognitivo; auto estima; história de trauma / abuso; qualidade de vida e ideação suicida.

Os candidatos podem ser considerados não elegíveis psicologicamente para a cirurgia bariátrica, pois podem surgir impedimentos após a consideração dos fatores psicossociais mencionados anteriormente. Os principais problemas são: uso / abuso / dependência de substâncias, transtornos alimentares, transtornos psicóticos, depressão e suicídio.

A compulsão alimentar é um tema polêmico em relação à cirurgia bariátrica, visto que as opiniões dos autores são divididas nesse assunto. Alguns autores defendem que a compulsão alimentar pode entrar em remissão após a cirurgia e, portanto, não deve ser vista como uma contraindicação, mas como um fator a ser avaliado com cuidado. Outros pesquisadores citam que apenas alguns dos pacientes com compulsão

 

alimentar, antes da cirurgia, voltam a esse comportamento posteriormente, portanto, novamente, a compulsão não deve ser uma contraindicação, mas um tópico a ser abordado antes da cirurgia.

O paciente da cirurgia de obesidade pode enfrentar enormes desafios em resposta ao nível de perda de peso alcançado; aprender a lidar com o consumo de alimentos amplamente reduzido, lidar com uma mudança dramática na aparência, mudanças de relacionamento, platôs de peso e lidar com o excesso de pele. Idealmente, a avaliação pós-cirúrgica dos pacientes deve levar em consideração não apenas questões médicas e cirúrgicas, mastambém dificuldades dietéticas, estado psiquiátrico, funcionamento psicossocial, padrões alimentares e qualidade de vida. Assim, o suporte multidisciplinar é de crucial importância no manejo desse quadro clínico potencialmente complexo.

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